Acredita-se que o local de origem do alho tenha sido o continente asiático e que ele já era usado como alimento desde o período neolítico. Estudos indicam que a planta surgiu no deserto da Sibéria e teria sido levada por tribos nômades para o Egito, onde há relatos de seu uso por volta de 3000 BC. Considerado um alimento e também uma planta medicinal, o alho se espalhou pela região do mediterrâneo, depois foi para a China e através dos espanhóis, portugueses e franceses conquistou o resto do mundo.
Para diversas culturas o alho era quase tão importante quanto o sal. No antigo Egito, por exemplo, 7kg do alimento eram suficientes para comprar um escravo e, até meados do século XVIII, os siberianos pagavam os seus impostos em alho.
O alho, apesar de ser muito apreciado como alimento e medicamento pelas massas, sofria rejeição por parte das classes mais altas por causa de seu forte odor, tanto que o escritor francês Raspail o apelidou de cânfora dos pobres!
Durante a construção da pirâmide de Queóps os escravos eram alimentados com alho. Acreditava-se que com isso o rendimento físico era sensivelmente aumentado e que assim também era possível conseguir uma boa imunidade contra as epidemias típicas da época. Arqueólogos encontraram nas pirâmides algumas inscrições que, ao que tudo indica, se referem aos poderes do alho. Os babilônios empregavam o alho na alimentação, no tratamento de doenças respiratórias e problemas de pele.
Na Roma e Grécia antigas era aclamado como remédio para tratar mordidas, infecções, curar lepra e asma.
Acreditava-se também que o alho poderia combater o mal e trazer boa sorte. No túmulo de Tutankamon foram encontrados seis dentes de alho e em cemitérios pré-históricos descobriram-se bulbos de alhos moldados em argila, que lá foram colocados para afastar os espíritos malignos.
A partir do século XIX pesquisas científicas começaram a demonstrar os benefícios que o alho traz à nossa saúde, confirmando o que nossos ancestrais acreditavam e praticavam. Porém as propriedades responsáveis pelos efeitos medicinais do alho ainda não são totalmente entendidas. Pesquisadores identificaram centenas de compostos no alho que, surpreendentemente, mudam suas qualidades curativas de acordo com a forma como o alho é preparado.
Quando o alho é cortado ou amassado uma enzima da planta é combinada com um aminoácido, criando um composto chamado alicina, que tem a capacidade de matar 23 tipos de bactérias incluindo a salmonela e os estafilococos. Quando aquecido, surge outro composto capaz de prevenir o entupimento de artérias, reduzir a pressão sanguínea, o nível de colesterol, prevenir ataques cardíacos e derrames.
O alho também pode matar 60 tipos de fungos. E ainda prevenir várias doenças, inclusive o câncer, pois contém vitaminas A, B e C que estimulam o sistema imunológico e altos teores dos elementos zinco e selênio, ambos metais antioxidantes.
Resumindo, o consumo regular de 8 gramas de alho por dia aumenta a longevidade, reduz o risco de infarto, favorece o bom funcionamento do sistema imunológico, reduz a glicose e o colesterol ruim, aumenta o colesterol bom, combate bactérias e vírus, previne a aterosclerose e melhora a qualidade de vida!
Algumas pessoas, porém, podem ser alérgicas ao alho e se consumido em excesso ele pode irritar o sistema digestivo. Mas o maior problema mesmo é o bafo! Parece que mastigar salsinha ou semente de erva doce resolve o problema. Não custa experimentar!
Eu que adoro alho, mas sem exagero, fiquei encantada com uma planta que descobri na Suíça chamada “ail des ours”, ou alho dos ursos, que é um parente europeu selvagem do alho que conhecemos. As pessoas usam sua folhas, que tem sabor de alho bem mais suave e refinado, com uma nota levemente doce e agradavelmente picante. Elas podem ser comidas nas saladas, sanduíches, omeletes ou picadas e usadas como tempero para o que se desejar. E ainda, as lindas flores brancas em forma de estrela podem ser usadas para aromatizar um bom azeite.
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