Ano novo, blog novo! Abaixo estão os posts antigos e daqui pra frente, ou melhor, pra cima estarão os novos. Se você ainda não leu aproveita, tenho certeza que vai gostar! E aguarde os próximos textos que estão saindo quentinhos do forno! Fiz uma resolução de ano novo e prometi cuidar muito bem do meu blog, recheando-o de informações interessante e coisas saborosas para ler e comer! Enjoy!

Madeleines

Madeleines are butter loaded French sponge cakes shaped like small rounded shells, so cute and delicious!
No one really knows the real story about the origins of the madeleine. Jean Avice, a pastry chef who worked for Prince Talleyrand, is said to have invented the Madeleine in the 19th century. Another theory says during the 18th century in the French town of Commercy, in the region of Lorraine, a young servant girl name Madeleine made them for Stanislas Leszczynska, the deposed king of Poland when he was exiled to Lorraine. Then they became popular in Versailles by his daughter Marie, who was married to Louis XV (1710–1774). Maybe the right story was that in the town of Commercy there was a convent dedicated to St. Mary Magdelen. Since the nuns in 18th century France frequently supported themselves and their schools by making and selling a particular sweet, probably when all the convents and monasteries of France were abolished during the French Revolution, they sold their recipe to the bakers… Who knows? But one thing is right; Proust made these sweets famous around the world by talking so good about them.
I have to confess, my story with Proust didn’t start right. When I was a kid I spent the winter vacations in my uncle’s mountain house where he had a collection of Proust’s images hanging on the hallway wall. At night, with just one light bulb on and outside the house the pictures looked really scaring, dark with some points of light, usually at Proust serious, profound eyes. For me, that old dude looked very mean and whenever I needed to pass there I ran down the hallway as fast as I could. That’s over, I’m a big girl now and don’t get scared so easily anymore! I’ve never read his work but I’m curious about it and I relate to him because of the passion for madeleines we have in common!
Now madeleines are fashionable in US, coming along with the coffee culture, and therefore being sold at Starbucks and other coffee shops. University of Illinois Professor Armine Kotin Mortimer says the madeleine resurgence also coincides with a renewed interest in the reading of Proust's great work that began about a decade ago. "Proust has become a phenomenon, and anyone who reads Proust is going to come to the madeleine very early on," she said. Or the opposite, start eating madeleines and end up reading Proust! One way or the other, they are 2 good things to do!
For madeleines recipes, check this website: Food Network

Heirloom tomato

The tomato is native to the Americas, originally cultivated by the Aztecs and Incas and distributed by the Spanish throughout their colonies and also brought to Europe, where it grew easily in the Mediterranean climates.
Nowadays millions of people around the world eat tomatoes, from the raw form in salads to cooked and turned into sauces in their pizzas! It’s hard to find someone who doesn’t like it. And the best new is: tomato is excellent for our health! It has lycopene, an anti oxidant that gives tomatoes their lovely rich red color and helps remove free radicals from the body. If you don’t remember, free radicals are unstable oxygen molecules and have been implicated in cancer and other serious diseases. So go ahead, have some tomatoes and to get a better effect, eat them with some olive oil, which helps the body absorb the lycopene.
The only downside is that sometimes tomatoes doesn’t taste like they’re suppose to, we get frustrated and end up forgetting about them. The lack of taste happens because producers do cross-pollination with plants that have potential for mass production and end up producing hybrids. The results are fruits that look nice, are uniformly sized, have durable skin and rot resistance. But flavor, however, is pretty low on the list of requirements. To worsen the problem many are picked immature to minimize the chance of bruising, then are treated with ethylene gas to accelerate ripening and when that happens the flavors don’t get fully developed.
I was very disappointed with the tomatoes when I met the heirloom! I remember as if it was yesterday… I was doing my externship in an Italian restaurant and I was used to deal with the average fresh fruit or canned type when one day I saw these weird kinds of tomatoes. The chef came to me and said “see these tomatoes? They’re special, very tasty, they call them heirloom…” They tasted so good, that was love on the first bite! But it took me a little research to know what it was about…
First the word heirloom… simple: “a valuable object that has belonged to a family for several generations”. Ok, and I’ve learned that “an heirloom tomato is a plant that's been handed down from one family member to another for several generations. An heirloom is generally a plant that's survived the test of time and produced an abundance of tomatoes with great flavor. A romantic tale says that emigrants to North America could only bring their most precious belongings when leaving their native towns and villages for the voyage ahead. For many the luggage would contain the seeds of their most-favored plants. From these seeds grew the unusual varieties that are today known as heirlooms”. Or the real delicious deal!

Pequenas Porções

Quem gosta mesmo de comer sabe: quanto mais variedade melhor. Nós gourmets não nos alimentamos, experimentamos. Se eu pudesse não faria refeições e passaria o dia experimentando diferentes alimentos. Tá aí a resposta para as pessoas que me perguntam como trabalho com comida e sou magra; gosto de comer bem, não muito.
As pequenas porções vêem bem a calhar nos dias de hoje; com elas as pessoas que apreciam a gastronomia estão descobrindo o prazer de relaxar à mesa e compartilhar pratos, tornando as refeições menos formais e mais flexíveis quanto ao preço, tempo e quantidade de comida.
Muitas culturas têm a tradição de servir pequenas porções. Da Itália quem não conhece os deliciosos antipasti? No México existem os antojitos, ou pequenos lanches, que as pessoas comem nas ruas e mercados durante todo o dia. Entre eles encontramos, por exemplo, os tacos, tamales e pequenas tostadas. Em alguns países do Mediterrâneo como Grécia, Turquia, Síria, Líbano e Israel, encontramos as mezes, que são uma coleção de pequenos pratos, muito variados e coloridos. Dentre eles, estão as azeitonas, queijo feta, saladas com iogurte, assim como o quibe e a sambusak, parecidas com as indianas samosas e claro, os espetinhos chamados kebabs. No Brasil, não é de hoje que freqüentamos bares e nos deliciamos com comidinhas como pastéis, bolinho de bacalhau, mandioca frita e tantas outras.
Mas o boom das pequenas porções se deve as famosas tapas espanholas, que entraram na moda junto com a alta gastronomia do país. As tapas vieram da região da Andaluzia. Dizem que para impedir que moscas caíssem no vinho o barman colocava um pequeno prato com comida em cima das taças. Assim, da palavra tapar surgiram as tapas!
Hoje vários restaurantes nos EUA e Europa servem tudo o que você possa imaginar em pequenas porções, como num menu degustação. E eu estou contando os dias para essa moda chegar por aqui. Enquanto isso, relembro uma das melhores refeições que fiz na vida, composta por pequenas porções, claro. Foi há quase 2 anos no restaurante L’Atelier do maior chef do mundo, Joel Robuchon, em Paris. Lembro em detalhes de tudo que comi... Lagostins delicados e suculentos envoltos em folhas de manjericão e cobertos com uma massa fininha e crocante, coxinhas de rã levemente empanadas, tão macias que pareciam derreter na boca, com purê de alho e coulis de salsinha, bouillon de azedinha com cubinhos de foie gras caramelizado e pontas de aspargos ao dente e ainda um ravioli de massa levíssima, recheado com lagostim acompanhado de um molho a base de trufas. A sobremesa, simples e deliciosa, era uma taça com creme pâtisserie e fraises de bois (aqueles moranguinhos selvagens). Inesquecível!

Café Carioca

Estive um pouco ausente, fazendo curso de café, trabalhando como barista no interior de Minas e passeando pelo Rio de Janeiro porque ninguém é de ferro! Foi um contraste radical, de repente eu estava na cidade maravilhosa, mas sem a possibilidade de tomar um café maravilhoso como os que andei tomando até então.
Realmente, a única coisa que depõe contra o Rio é o seu café. Não concordo que faltam programas culturais ou bons restaurantes como alguns falam. Até a noite dá pro gasto para quem passou dos trinta, já que SP também não tem tantas opções para nossa faixa etária! Mas o café... Procurei por toda a parte, cafeterias, docerias, bons restaurantes e nada! O café espresso encontrado no Rio ( e ainda em vários lugares aqui em SP, verdade seja dita) tem tudo o que um bom café não pode ter: é longo demais e aguado, meio sem gosto e ao mesmo tempo amargo como a morte. Não tem o creme na superfície ou quando tem ele é esbranquiçado, ralo e logo se desfaz. Um terror!!! Questão de gosto? Não, existe ciência por trás de um bom espresso.
Pra começar a palavra espresso, que vem do italiano, não se refere a rapidez, mas ao fato da bebida ser preparada no momento da solicitação, o que seria equivalente ao “to order” em inglês. Existem alguns parâmetros que devem ser obedecidos para que se produza um espresso de boa qualidade. Primeiro é preciso usar a quantidade correta de café moído que varia de 7,5 a 8 gramas e a água usada deve ser filtrada. A máquina deve ter pressão e temperatura adequadas (9bar e 88 a 92ºC) e o tempo de extração deve ser de aproximadamente 25 segundos. O café moído deve ser compactado com bastante força dentro do porta filtro para apresentar resistência suficiente à água, que só assim pode extrair os óleos essenciais que dão sabor ao café. Claro que o grão usado deve ser de boa qualidade e torrado de forma adequada. Tudo isso para que o espresso seja extraído corretamente e produza um café de sabor agradável, com amargor apenas inicial, acidez equilibrada, corpo e doçura acentuada. Que tenha um sabor residual ou “after taste” bom, persistente e que não deixe a boca seca após seu consumo. Além disso, um bom espresso deve ter um creme espesso, cor de caramelo, uniforme, sem manchas claras demais ou escuras demais, com algumas estrias um pouco mais fortes, lembrando um tigre. E pra quem gosta de espresso com espuminha de leite, ou macchiato, saiba que a correta vaporização do leite deve produzir uma espuma sem bolhas, com textura e aparência de um verdadeiro creme e não de detergente!
Será que alguém ainda vai conseguir ensinar o carioca a tomar e fazer café? Espero que sim, porque o Rio merece bons cafés para acompanhar a paisagem espetacular, as simpáticas livrarias, o vai e vem de pessoas felizes e pouco estressadas! Ai, que saudades do Rio... Agora que já me locupletei de cafés paulistas!!!

História do Café

A planta de café é originária da Etiópia, no centro da África, onde ainda hoje faz parte da vegetação natural. Não existem provas concretas sobre a descoberta do café e sim lendas sobre sua origem. A que eu mais gosto conta que o café foi descoberto por um pastor chamado Kaldi que viveu na Abissínia, hoje Etiópia. O pastor percebeu que suas cabras ficavam mais alegres e cheias de energia sempre que mastigavam certos frutos amarelos avermelhados e comentou o fato com um monge, que decidiu experimentá-los. O monge então percebeu que o consumo de tal alimento o ajudava a resistir ao sono. A descoberta logo se espalhou entre os monastérios, criando demanda pelo café.
O café pode ter sido descoberto na África, mas o hábito de tomar café foi definitivamente desenvolvido na cultura árabe. No início, o café era conhecido apenas por suas propriedades estimulantes e a fruta era consumida fresca, sendo utilizada para alimentar e estimular os rebanhos durante viagens. Em 1000 d.C., os árabes começaram a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as em água.
O café tornou-se de grande importância para os Árabes, que tinham completo controle sobre o cultivo e preparação da bebida e os guardavam a sete chaves. A difusão da bebida no mundo árabe foi bastante rápida e o café passou a fazer parte do dia-a-dia dos árabes. Em 1475 foi promulgada uma lei que permitia à mulher pedir o divórcio se o marido não fosse capaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida. Muito justo!
A partir de 1615 o café começou a ser consumido na Europa, trazido por viajantes. Até o século XVII, somente os árabes produziam café e os alemães, franceses e italianos procuravam desesperadamente uma maneira de desenvolver o plantio em suas colônias. Mas os holandeses foram os que conseguiram as primeiras mudas e as cultivaram nas estufas do jardim botânico de Amsterdã. Assim a bebida passou a ser uma das mais consumidas no velho continente.
A partir destas plantas, os holandeses iniciaram em 1699, plantios experimentais em Java, depois em Sumatra. Com o sucesso dessas experiências o cultivo de café foi levado para outras colônias européias. O crescente mercado consumidor europeu propiciou a expansão do plantio de café em países africanos e a sua chegada ao Novo Mundo.

The Process of Manufacturing Chocolate

I’ve learned that converting cacao seeds into chocolate is a complex and time-consuming process. To begin, chocolate manufacturers keep careful track of each cacao shipment they receive. They sort the seeds according to type and country of origin. Next, the seeds pass through a cleaning machine and are weighed so they can be blended according to special formulas created by each manufacturer. Some candy bars contain up to 12 different types of seeds! Then, large, rotating ovens roast the seeds at temperatures of 250°F or more to release the rich aromas and delicious taste. As the seeds toss about in the oven, they lose much of their moisture, turning into a deep brown color, similar to coffee beans. Once the seeds have cooled, a machine crack opens the thin shells to get at the seeds and giant fans blow away these empty husks.
Next, the broken seed bits, called nibs, pass through a series of sieves, which strain and sort the nibs according to size. The nibs themselves are made up of 53% cocoa butter and 47% pure cocoa solids. To separate these two substances the nibs are milled and liquefied into a thick paste, called chocolate liquor, then some of the chocolate liquor is placed in a huge hydraulic press that squeezes out the cocoa butter. This fatty, yellow substance can be added to dark or milk chocolates, used as the basis for white chocolate, or in cosmetics and medicine. Once cocoa butter is extracted, the remaining solid cocoa is pulverized into cocoa powder—the product used in beverages, cooking, and baking. Manufacturers blend unpressed liquor with condensed milk, sugar, and extra cocoa butter to form chocolate. The extra cocoa butter keeps the chocolate solid at room temperature. The raw mixture of milk, liquor, sugar, and cocoa butter is churned until it becomes a coarse, brown powder called “crumb.” The chocolate crumb mixture goes through a series of steel rollers breaking down the tiny particles of milk, cocoa, and sugar within the crumb. In general, Swiss and German chocolates are refined for a longer period, making them smoother and finer than American or English candy. The refined chocolate paste is poured into a vat in which a large heavy roller kneads, blends, and grinds the mixture. Agitating this paste smoothes out the sugar grains to give the chocolate a silky texture. Aerating the paste allows acids and moisture to evaporate, which creates a mellower, more well-rounded flavor. This process can take up to six days to complete! Finally, the refined chocolate is cooled and warmed repeatedly in a process called “tempering” that gives chocolate its glossy sheen, and ensures that it will melt properly.

Manteiga

Numa discussão sobre qual seria a melhor culinária do mundo, muitas pessoas concluíam que deveria ser a francesa, mas nem todos... “Não concordo, os franceses trapaceiam, colocam quantidades absurdas de manteiga em tudo e assim fica fácil!”. “Mas a manteiga está aí há muito tempo (existem registros que datam de 1750 A.C.) e não tem quem a use melhor do que os comedores de rãs!” “Além disso, eles ainda dão aula de como não engordar para os americanos!”. Realmente, são demais esses franceses!
Sabemos que comidas gordurosas agradam o nosso paladar porque somos geneticamente programados para buscarmos comidas altamente energéticas. Também gostamos das gorduras porque elas têm a capacidade de se impregnar dos sabores de outros ingredientes e torná-los mais perceptíveis as nossas papilas gustativas. Enquanto os americanos se entopem com outros tipos de gordura e gastam milhões em alimentos light, tornando-se cada vez mais diabéticos e obesos, os franceses riem a toa com sua maravilhosa dieta! Sem falar nas 35 horas de trabalho por semana, claro! Um dos livros mais vendidos nos EUA se chama “ Por que as mulheres francesas não engordam?”, que fala simplesmente sobre o bom senso de comer um pouco de tudo o que se gosta, tomar vinho e não se estressar! Além do sabor e da textura vou te explicar porque você deve fazer como os franceses e comer manteiga sem culpa. Ela não é mais calórica que as outras gorduras, é totalmente natural e ainda possui proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas A, D e E. A manteiga é digerida com grande facilidade, o tempo de permanência no estômago é o menor entre todas as gorduras. Também é a gordura com a maior velocidade de absorção, tem uma ação suave sobre as vias biliares e é diretamente metabolizada pelo fígado. Mais: Um consumo equilibrado de manteiga não interfere nos níveis de colesterol. Para os que reclamam de intolerância a lactose, boas notícias: Manteiga, queijo e iogurte têm baixo teor dessa substância, porque as bactérias usadas na fermentação utilizam a lactose como combustível. E nem pense em substituí-la por margarina! Aliás, evite alimentos que possuam ácidos graxos tipo trans, como a margarina, pois eles aumentam os riscos de câncer e de doenças coronarianas aumentando o LDL (mau colesterol) e reduzindo o bom HDL, deprimem a resposta imunológica e a reação insulínica. O natural é sempre melhor, como diz essa citação: "As for butter versus margarine, I trust cows more than chemists." Joan Gussow.
Então viva o bom pão com manteiga! O croissant e as brioches! As crepes, as quiches e tortas! O toque final nos molhos e risotos! A tarte tatin! E claro, o purê de batatas do grande mestre Joel Robuchon!!!

Purê de batatas do Robuchon:
1Kg de batatas com casca
250g de manteiga sem sal, bem gelada, cortada em cubos
200ml de leite integral
Sal marinho a gosto

Lave as batata, coloque-as numa panela com água suficiente para cobri-las, com sal na proporção de 10g por litro. Cozinhe por mais ou menos 30 minutos. Esquente o leite até quase ferver. Descasque e depois esprema as batatas. Coloque no fogo baixo, mexendo bem por cerca de 5 minutos e comece a incorporar os cubos de manteiga, pouco a pouco, mexendo sempre, deixe ¼ da manteiga para o final. Acrescente ¾ do leite quente. Passe tudo numa peneira para outra panela, mexendo energicamente incorpore o resto da manteiga e do leite de uma vez. Prove e salgue a gosto.

Sal


No começo do curso de gastronomia os professores enfatizavam a importância de acrescentarmos a quantidade certa de sal nos pratos. Não é complicado, afinal o sal realça e define os sabores dos alimentos, que sem ele ficam todos muito parecidos e quase sempre com um sabor um pouco adocicado. Comentei que no Brasil damos bastante importância ao sal, tanto é que quando uma pessoa é sem graça dizemos que é sem sal. Todos acharam muito apropriado, mas alguns sentiam muita dificuldade e nem conseguiam entender o conceito de graça. Bom, aí realmente fica difícil! Também os americanos têm medo de usar e ingerir sal, pois são bombardeados pela mídia que insiste em dizer que ele faz mal a saúde, apesar de já existirem pesquisas mostrando que apenas uma pequena parcela da população é sensível ao sal. Tá bom, muito sal retem água, incha e dá celulite, mas é só não exagerar e tomar bastante líquido. O fato é que não podemos viver sem ele, seja por prazer, seja por necessidade. Nosso corpo possuí cerca de 250 gramas de sal, que é essencial para todo o tipo de vida animal, pois regula a troca de água entre as células e seu meio externo, ajudando-as a absorver os nutrientes e eliminar os detritos para a corrente sangüínea. Além disso, o sódio é necessário para a contração muscular, incluindo as batidas do coração, e para a transmissão dos impulsos nervosos.
O sal foi o primeiro tempero da civilização. Os homens primitivos conseguiam o suprimento diário de cloreto de sódio a partir da carne crua dos animais que comiam. As coisas mudaram quando o fogo foi descoberto e os alimentos passaram a ser cozidos, perdendo o sal contido neles, que agora precisava ser buscado em outro lugar. O homem começava aí sua grande corrida pelo sal. No início o sal era extraído das minas a céu aberto e as primeiras minas descobertas fizeram a riqueza de muitos povos antigos. O sal, onde faltava, era comercializado literalmente a peso de ouro. Sua importância era tanta que a principal via de transporte da Roma antiga chamava-se Via Salaria (Estrada do Sal), por onde os soldados transportavam os carregamentos dos cristais preciosos para a cidade e como pagamento recebiam o salarium, que significava "dinheiro para comprar sal".
Hoje em dia, como o sal normal ficou baratinho, arrumamos um jeito de elitizar o básico sal de todo dia e assim surgiu a moda dos caríssimos sais especiais. Porém, parece que depois de alguns testes concluíram que o nosso paladar não consegue distinguir diferentes tipos de sal. Mas será que percebemos os alimentos de formas diferentes dependendo do sal que acrescentamos a eles? Ciência a parte, eu me empolguei na Bretanha e também comprei meu potinho de Fleur de Sel de Guerande, que uso em ocasiões especiais, em doses homeopáticas, acho uma delícia e recomendo!

A ditadura e a culinária

Numa certa época a minha escola procurou incentivar o interesse de seus alunos pela leitura de jornais. Então aos 8 ou 9 anos de idade (isso em 1982, 1983) começamos a vasculhar os periódicos para acharmos notícias interessantes que deveríamos apresentar para a classe caso nosso nome fosse sorteado. Hoje a idéia até parece boa, mas na época o resultado foi meio estranho. O problema é que não conseguíamos entender muita coisa do que estava escrito, talvez pela pouca idade ou por não ter o hábito de discutir o cotidiano. Eu raramente conseguia encontrar alguma coisa que me interessasse e me lembro bem da angústia que sentia ao me deparar com textos incompreensíveis. Por isso às vezes me socorria nas únicas tábuas de salvação que flutuavam no mar de palavras sem sentido: as receitas. Várias crianças faziam isso. A gente se reunia antes da aula e perguntava “o que você trouxe hoje?” “hoje, uma receita de brigadeiro e você?”“ ah, eu achei uma de cocada.” Como se encontrar receitas em jornais fosse a coisa mais normal do mundo! Os professores não falavam nada. Em casa nossos pais também não abriam o bico. Até tínhamos uma certa vergonha de apresentar receitas de bolo como notícia perante à classe toda, mas diante da dificuldade optávamos pelo comodismo de apenas seguir a única regra do jogo: se estava no jornal era notícia, portanto poderia ser usada.
Eu nunca mais pensei sobre isso e tinha esquecido essa história, até quando, já grande, li que na época da ditadura os jornais publicavam receitas no lugar de matérias que tinham sido censuradas. Só então entendi porque existiam tantas receitas espalhadas nos jornais! Me senti tão boba, ingênua, enganada, alienada!
Hoje até brinco que de repente meu amor pela culinária começou alí, mas na verdade sinto tristeza ao lembrar de fatos como esse. Por isso faço votos para que os brasileiros valorizem a liberdade de expressão e queiram que as receitas façam parte apenas dos cadernos de gastronomia dos nossos jornais!



Churrasco


O churrasco é o método de cocção mais antigo que existe. Fácil de imaginar, logo que se descobriu o fogo se fez churrasco! Churrasco para nós, “Braai” na África e “barbecue” tanto no inglês quanto no francês . Enfim ele está em toda parte. Parece que a palavra “barbecue” vem do haitiano “barbacoa”, que quer dizer grelha. Outros dizem que vem do francês “de la barbe a la queue” (da barba ao rabo)! Referente ao método de colocar o animal inteiro no espeto. Ou talvez tenha alguma conexão com a palavra francesa “barbaque”, que vem do Romano “berbec”, que quer dizer carneiro assado.
Fazer churrasco é um evento em algumas partes do mundo. Mas nada como no Brasil, onde o churrasco começa no almoço e avança noite adentro. Fazemos churrasco para nos conhecermos melhor, nos despedirmos ou para nos revermos, enfim, qualquer coisa pode ser um bom motivo para fazer churrasco. Mas muita gente acha complicado e apenas assa espetinhos, o que até quebra o galho, mas não é a mesma coisa. A maravilha do churrasco é que ele produz uma carne saborosa e suculenta. Isso porque ao fazer churrasco assamos a carne expondo-a rápida e diretamente a uma fonte de calor o que faz com que a proteína da carne coagule formando uma camada impermeável que bloqueia a saída dos seus sucos. Alguns pontos importantes para um bom churrasco são: Escolher uma carne de qualidade, carvão de qualidade, ter uma boa churrasqueira, salgar a carne com sal grosso e prestar atenção para não deixar a carne passar do ponto. Para acompanhar, sugiro esta receita do indispensável molho vinagrete:

Molho vinagrete
11/2 de xícara (chá) de azeite de oliva, 1/2 de xícara (chá) de vinagre branco, 1 ramo grande de folhas de salsinha picadas, 1 ramo de coentro picado,1 cebola picada, 2 tomate sem sementes picado em cubinhos, 1 colher (café) de sal, 1 pitada de pimenta-do-reino moída na hora. Misture todos os ingredientes numa tigela e reserve até o momento de servir.

Alho

Acredita-se que o local de origem do alho tenha sido o continente asiático e que ele já era usado como alimento desde o período neolítico. Estudos indicam que a planta surgiu no deserto da Sibéria e teria sido levada por tribos nômades para o Egito, onde há relatos de seu uso por volta de 3000 BC. Considerado um alimento e também uma planta medicinal, o alho se espalhou pela região do mediterrâneo, depois foi para a China e através dos espanhóis, portugueses e franceses conquistou o resto do mundo.
Para diversas culturas o alho era quase tão importante quanto o sal. No antigo Egito, por exemplo, 7kg do alimento eram suficientes para comprar um escravo e, até meados do século XVIII, os siberianos pagavam os seus impostos em alho.
O alho, apesar de ser muito apreciado como alimento e medicamento pelas massas, sofria rejeição por parte das classes mais altas por causa de seu forte odor, tanto que o escritor francês Raspail o apelidou de cânfora dos pobres!
Durante a construção da pirâmide de Queóps os escravos eram alimentados com alho. Acreditava-se que com isso o rendimento físico era sensivelmente aumentado e que assim também era possível conseguir uma boa imunidade contra as epidemias típicas da época. Arqueólogos encontraram nas pirâmides algumas inscrições que, ao que tudo indica, se referem aos poderes do alho. Os babilônios empregavam o alho na alimentação, no tratamento de doenças respiratórias e problemas de pele.
Na Roma e Grécia antigas era aclamado como remédio para tratar mordidas, infecções, curar lepra e asma.
Acreditava-se também que o alho poderia combater o mal e trazer boa sorte. No túmulo de Tutankamon foram encontrados seis dentes de alho e em cemitérios pré-históricos descobriram-se bulbos de alhos moldados em argila, que lá foram colocados para afastar os espíritos malignos.
A partir do século XIX pesquisas científicas começaram a demonstrar os benefícios que o alho traz à nossa saúde, confirmando o que nossos ancestrais acreditavam e praticavam. Porém as propriedades responsáveis pelos efeitos medicinais do alho ainda não são totalmente entendidas. Pesquisadores identificaram centenas de compostos no alho que, surpreendentemente, mudam suas qualidades curativas de acordo com a forma como o alho é preparado.
Quando o alho é cortado ou amassado uma enzima da planta é combinada com um aminoácido, criando um composto chamado alicina, que tem a capacidade de matar 23 tipos de bactérias incluindo a salmonela e os estafilococos. Quando aquecido, surge outro composto capaz de prevenir o entupimento de artérias, reduzir a pressão sanguínea, o nível de colesterol, prevenir ataques cardíacos e derrames.
O alho também pode matar 60 tipos de fungos. E ainda prevenir várias doenças, inclusive o câncer, pois contém vitaminas A, B e C que estimulam o sistema imunológico e altos teores dos elementos zinco e selênio, ambos metais antioxidantes.
Resumindo, o consumo regular de 8 gramas de alho por dia aumenta a longevidade, reduz o risco de infarto, favorece o bom funcionamento do sistema imunológico, reduz a glicose e o colesterol ruim, aumenta o colesterol bom, combate bactérias e vírus, previne a aterosclerose e melhora a qualidade de vida!
Algumas pessoas, porém, podem ser alérgicas ao alho e se consumido em excesso ele pode irritar o sistema digestivo. Mas o maior problema mesmo é o bafo! Parece que mastigar salsinha ou semente de erva doce resolve o problema. Não custa experimentar!
Eu que adoro alho, mas sem exagero, fiquei encantada com uma planta que descobri na Suíça chamada “ail des ours”, ou alho dos ursos, que é um parente europeu selvagem do alho que conhecemos. As pessoas usam sua folhas, que tem sabor de alho bem mais suave e refinado, com uma nota levemente doce e agradavelmente picante. Elas podem ser comidas nas saladas, sanduíches, omeletes ou picadas e usadas como tempero para o que se desejar. E ainda, as lindas flores brancas em forma de estrela podem ser usadas para aromatizar um bom azeite.

Tea


The story of tea began in ancient China over 5,000 years ago. According to legend, emperor Shen Nung required to boil all drinking water as a hygienic precaution. One summer day while visiting a distant region of his realm, he and the court stopped to rest. So the servants began to boil water for the court to drink when dried leaves from the nearby bush fell into the boiling water, and a brown liquid was infused into the water. As a creative scientist, the Emperor was interested in the new liquid, drank some, and found it very refreshing. And so, tea was created.
Today it is known tea is good for our health, and the best is the green tea. There are powerful antioxidants in green tea that have been shown in recent studies to boosts the immune system, fight viruses, slow aging, and have a beneficial effect on health. Clinical tests have shown they destroy free radicals, which are highly reactive molecules that can damage the body at the cellular level leaving the body susceptible to cancer, heart disease, and many other degenerative diseases. Epigallocatechin gallate (EGCG), an antioxidant found in green tea, is at least 100 times more effective than vitamin C and 25 times more effective than vitamin E at protecting cells and DNA from damage. This antioxidant also has twice the benefits of resveratrol, found in red wine. Citizens of Uji and Shizuoka, where most green tea in Japan is harvested have among the lowest rates of cancer in the world. They drink more high quality green tea, per capita, than residents of any other region. Green tea also lowers blood pressure, blood sugar and cholesterol.

Canela

A canela é uma especiaria interessante que possui muitos fãs, apesar de não ser uma unanimidade mundial como a baunilha. Seu nome científico, "cinnamomum", vem da palavra Indonésia "kayu manis", que significa "madeira doce". A canela vem do tronco da árvore de canela, que depois de seco se enrola dando origem ao que conhecemos como canela em pau, que pode então ser moído e transformado em pó. Estamos falando de uma das especiarias mais antigas, originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia. A canela foi mencionada na Bíblia e usada no Egito antigo como aromatizante de bebidas e na medicina. Também foi usada pelos gregos, romanos e hebreus para aromatizar o vinho. Costume que herdamos e colocamos em prática quando preparamos a sangria espanhola e o quentão das festas juninas! A canela já foi a especiaria mais procurada na Europa, considerada mais preciosa que ouro e seu comércio muito lucrativo. Hoje, com preço bem razoável, a canela está sendo valorizada pelo que representa para a nossa saúde, como mostram diversas pesquisas realizadas. Para começar, a canela possui substâncias capazes de controlar o açúcar no nosso sangue. Testes feitos nos EUA mostram que a canela tem um componente que estimula os receptores de insulina aumentando significantemente a habilidade das células de usar a glicose. Pessoas com diabetes 2 que consumiram ½ colher de chá de canela tiveram uma redução de 20% do açúcar no sangue. E mais, seus níveis de colesterol e triglicérides também caíram. Se você ainda não esta convencido sobre o benéfico da ingestão de canela, tenho mais algumas coisinhas na manga. A canela também é anticoagulante, antiinflamatória e ainda capaz de melhorar nossas funções cerebrais! Pode ser usada em pratos salgados, doces, com frutas e ainda em bebidas, como o cappuccino. Saúde!

Ketchup


Like in the US and other countries, in Brazil ketchup is also one of the most popular condiments. I find it truly delicious with French fries (even though in France they prefer it with mayonnaise), burgers and to be used to make sauces or salsas. But, lets face it, some people really overuse this thick red sauce and throw it on everything they eat, making all food taste the same. And that’s not very gourmet to say the least! In Sao Paulo we make fun of the cariocas (people from Rio de Janeiro) because they eat their not so good pizza with ketchup. Here I’m sharing some information about this condiment and a great recipe for a salsa made with it to upgrade your burger! Attention: Not your pizza!!! Please!
The source of the word ketchup may be the Malay word kechap, possibly taken into Malay from the Cantonese dialect of Chinese. But kechap was referred to a kind of sauce that contained fish brine, herbs, and spices. The sauce seems to have emigrated from China to Europe where it was made with locally available ingredients such as the juice of mushrooms or walnuts. The first ketchup recipe was printed in 1727 in Elizabeth Smith's The Complete Housewife, and called for anchovies, shallots, vinegar, white wine, cloves, ginger, mace, nutmeg, pepper, and lemon peel. Eighty-five years later American James Mease published the first tomato ketchup recipe. He attempted to give it more cachet by stating that French cooking influenced the variation, although there is no proof of it.
Ketchup was sold nationwide in the US by 1837 thanks to Jonas Yerkes, who sold the product in quart and pint bottles. He used the refuse of tomato canning-skins, cores, green tomatoes, and lots of sugar and vinegar. Other small companies followed him and by 1900 there were 100 manufacturers of ketchup. The big success came in 1872 when HJ Heinz added ketchup to his line of pickled products and introduced it at the Philadelphia fair.

Ketchup Salsa:
3/4 cup ketchup
1 tbsp chilli sauce
2 cloves garlic, minced
1/2 cup red onion, minced
1/4 cup cilantro leaves, chopped
Juice of 1 lime
1/4 cup horseradish
1/4 tsp Worcestershire sauce
Salt, pepper and Tabasco sauce to taste
Method: Mix all ingredients and keep chilled until needed.

Rice cooking


When I first said to one of my best friends that I was changing careers, from marketing to culinary arts, she asked me "but can you cook rice? " and made me describe all the process. The fact is I only cooked white rice as we do in Brazil a couple of times since I went to cooking school in NY. No one seems to care much about the classic white rice except Brazilian’s housewives! If you too love this cereal but would like to be more inventive, or if you just can’t cook it and are afraid to try, don’t worry! There are so many kinds of rice and methods of preparing it, why stick to one? Open your mind to the culinary arts of the world! And I’m not talking only risotto… Did you know that in Korea and parts of Japan, the rice that sticks to the bottom is celebrated? And throughout the region that includes Iran, Iraq, Turkey and their neighbors, stuck-pot rice is encouraged? Yes, the rice is made to brown on the bottom on purpose. To do so, you first cook the rice in an abundance of boiling water, until it is nearly done. Then discard the excess of water and combine the rice in a pot with spices, lentils (whatever you want) so the rice will finish cooking in the absence of much additional moisture, allowing it to brown, making flavors more complex and textures more varied. Easy and delicious!

Quinoa- English


Quinoa, the grain of the Incas, has been cultivated in the Andean highlands of South America for over 7000 years, yet it is a relative newcomer on the international market. Quinoa comes from the Quechua language spoken by the Incas and many indigenous in South America. With the European conquest of the indigenous, the cultivation of quinoa was suppressed possibly because it had a religious significance for the Incas. It was called golden seed and considered sacred. When Nasa introduced quinoa in the astronauts diet the world rediscovered it. Today we know it has a high nutritional value, with all the essential amino acids we need, plus minerals and vitamins. Quinoa is a seed grain known for its delicate nutty flavor and crunchy texture. Quick cooking, it holds well, and blends nicely with a wide variety of ingredients.
I made it for New Year’s dinner with shrimp and it was wonderful! I just cooked the quinoa (1 cup) with the shrimp broth (2 and 1/2 cups), then added some herbs (cilantro and shives) and served with sautéed shrimps, covered with a lemongrass and coconut sauce!