Paladar Infantil
Nós não nascemos com o paladar formado, os bebês sentem gostos, mas não de forma desenvolvida, o que vai acontecendo com o tempo. Na primeira infância as crianças, de maneira geral, preferem os sabores doces e não aceitam bem os amargos e azedos. Essa preferência tem uma explicação evolucionaria: o gosto pelo sabor doce é reflexo da necessidade de ingestão de energia, e a aversão aos azedos e amargos uma forma de proteção contra plantas venenosas e alimentos estragados. Bem como o fato de os bebês aceitarem alimentos novos e a partir dos 2 anos começarem a estranhar novidades e ficarem enjoadas pra comer. Isso acontece exatamente na fase em que as crianças começam a andar e se tornam mais independentes. É provável que a preservação da nossa espécie se deu por isso e sua evolução reforçou esse comportamento, afinal somos onívoros e não iríamos longe se as crianças saíssem por aí comendo tudo o que vissem pela frente. Claro que há diferenças de paladar individuais associadas à sensibilidade, geneticamente determinada, e também influenciadas pela pela família e cultura. A formação do paladar vem do aprendizado, é preciso estimular a criança a experimentar alimentos novos desde pequena e educá-la a sentir prazer e apreciar seus diferentes gostos. Deve-se insistir, pois alguns estudos mostram que é preciso oferecer uma comida nova cerca de dez vezes a uma criança até que ela se familiarize com o alimento. Se nada disso der resultado, calma, o adorador de porcarias ainda não está condenado, tudo pode mudar lá pelos 12 anos de idade, pois é na puberdade que o leque de gostos começa a se tornar mais amplo e continua a aumentar durante a adolescência. Nessa fase, um novo e maior equilíbrio nutricional é estabelecido, tendo como base uma melhor variedade de alimentos. Quando não há essa evolução o adulto mantém o paladar infantil, ou seja, só aceita os sabores mais primários. Você deve conhecer alguém assim, que só gosta de comer sanduíche, batata frita, macarrão com molho de tomate, pizza e doces, daqueles beeeem doces! Isso é péssimo porque essa pessoa dificilmente terá uma alimentação saudável e ficará propensa a doenças como distúrbios alimentares, obesidade, diabetes e problemas cardíacos. Além disso, ela deixará de experimentar uma vida gastronômica plena e repleta de alegrias... Mas nunca é tarde para mudar, apenas mais difícil. Qualquer um, se realmente quiser, pode passar por uma reeducação alimentar e deveria, afinal revisitar a infância é ótimo, mas ficar preso a ela, nem tanto!
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